Sessão Comemorativa dos
13º Aniversário de Elevação de Bobadela a Vila
e
21º Aniversário de criação da freguesia da Bobadela
17 de Julho de 2010
Exmo Sr.
Presidente do Executivo da Câmara Municipal de Loures;
Presidente da Mesa da Assembleia de Freguesia da Bobadela;
Representantes das forças políticas com assento na Assembleia de Freguesia da Bobadela;
Presidente e demais Membros do Executivo da Junta de Freguesia da Bobadela;
Representantes de outras Instituições e organizações Convidadas;
Comunicação social;
Restantes convidados e demais participantes.
Começo por agradecer o convite que foi dirigido ao Partido Social Democrata, para participar nesta sessão solene, de comemoração do
13º Aniversário de Elevação de Bobadela a Vila e
21º Aniversário de criação da freguesia da Bobadela
Integrada na Festa em honra de Nossa Senhora dos Remédios, cabendo-me a mim, enquanto eleito para a Assembleia de Freguesia pelo Partido Social Democrata, representar o meu partido, o que muito me honra.
Já vai longe o ano de 1997, ano em que a Bobadela é elevada a Vila, mas é um ano fácil de recordar pois estavam-se a ultimar os preparativos para a Expo 98.
Toda a envolvente era um grande estaleiro, obras por todo o lado.
Recuando ainda um pouco mais no tempo, recordo o ano de 1989, ano em que foi criada esta freguesia.
A Bobadela era então uma zona fora de portas, situada para além da célebre ponte de Sacavém, e apenas servida pela Nacional 10.
Para quem cá morava nessa época, certamente muitos de vós aqui presentes, bem se devem recordar do suplício que era sair daqui, de carro, em direcção a Lisboa ou a Loures. As horas perdidas nas filas de carros todos os dias, de manhã para chegar ao trabalho e á tarde para regressar a casa.
Mas não eram só as acessibilidades que preocupavam os Bobadelenses!
De facto, a estação de Tratamento de Lixos de Beirolas, o fedor do rio Trancão e as nuvens de melgas, eram a nossa companhia diária mais marcante.
Vivíamos num paradoxo, por um lado, uma zona bonita, virada para o estuário do Tejo, com boa exposição solar, com uma vista desafogada, cheia de potencialidades e, por outro, o esquecimento e abandono a que estávamos votados.
Certamente que muitos de vós já mal se devem lembrar dessa época, mas é bom que não a esqueçamos, para podermos apreciar a mudança que, entretanto, fomos vivendo.
E Foi o projecto da Expo 98, levado a cabo por um governo do PSD, que constituiu um verdadeiro motor para a reabilitação e o desenvolvimento de toda esta zona.
Foi um salto qualitativo impressionante. Em meia dúzia de anos assistimos a uma mudança radical na envolvente da nossa freguesia:
Ao nível das acessibilidades – A variante à nacional 10, o IC17 que nos liga a Loures e a própria Vasco da Gama que nos liga a Alcochete, ou que nos permite chegar às praias de Setubal em cerca de meia hora;
Ao nível da requalificação ambiental – o encerramento da lixeira de Beirolas, a despoluição do Trancão, o projecto do Parque Tejo/Trancão.
E foi assim, em 1997, que a Bobadela foi elevada a Vila.
De então para cá a nossa vila não tem parado de evoluir, de crescer, de se aperaltar. Tirando partido de tudo o que foi feito à sua volta e das suas potencialidades próprias.
De repente, e quase sem darmos por isso,
a Bobadela ficou na moda.
Mas,
Minhas senhoras e meus senhores,
Caros vizinhos,
Ainda falta muita coisa nesta terra! Temos de continuar a lutar por elas!
E eu diria que, cada vez com mais empenho!
De facto, ainda que grandes melhorias se possam fazer sentir, e com todo o respeito pelo trabalho que tem vindo a ser feito, o que se verifica é que muitos passos importantes não tenham ainda sido dados.
No que diz respeito aos acessos, o que se passa em relação à ligação à Auto Estrada do Norte? Ficou esquecido?
Era para ser feito na zona do supermercado Pingo Doce, será que ainda é possível?
O que é certo é que, actualmente, para sair da Bobadela em direcção ao Norte, temos de ir pela Nacional 10 ou, andar para trás em direcção a Lisboa e ir à zona da Expo dar uma volta para depois poder entrar na variante.
Já estivemos francamente melhor...
Por outro lado, os velhos depósitos de combustível da Petrogal, que teimam em não ser desmantelados, transformados em cemitério de resíduos perigosos, estão agora acompanhados pelo parque de contentores, em montanha, que impávidos deixamos crescer mesmo debaixo dos nossos olhos e que tanto desfeiam a parte ribeirinha da Vila.
Caros vizinhos, já repararam bem na altura dos montes de contentores e no impacte visual que eles constituem.
Será que esta zona é menos importante do que a de Alcântara, onde uma situação semelhante, e de menores dimensões, tanta tinta tem feito correr, mas aqui, longe da sede do concelho, o executivo camarário e o executivo da Junta não parecem ter tido qualquer intervenção para impedir esta situação.
Bobadelenses
Caros vizinhos,
Bem sabemos que os ventos não correm de feição.
Já o ano passado aqui fiz uma reflexão sobre a grave crise económica e social que então se antevia, mas não vou nesta intervenção tecer quaisquer comentários sobre essa matéria, até porque nada há de novo a dizer, a não ser a confirmação dos piores cenários então traçados.
Mas é nestas alturas que há que refletir sobre o presente e projectar o futuro, há que saber para onde queremos ir e o que queremos fazer. Não nos deixemos intimidar pela presente situação, há que a encarar de frente, assumir políticas de verdade.
É preciso uma Visão Política e uma estratégia para a implementar.
É preciso contar com todos e com cada um de nós, é preciso reencontrar os conceitos de responsabilidade, honestidade e, cada vez mais, de solidariedade e de entreajuda.
O partido Social Democrata está presente no momento dificil que atravessamos, com uma Visão Política e uma capacidade de trabalho reconhecidos por muitos dos Bobadelenses e que conduziram a que fosse eleito, nas últimas autárquicas, mais um representante para a Mesa da Assembleia de Freguesia.
E o estar presente quer dizer estar disponivel para trabalhar e aplicar a nossa capacidade e engenho, colaborando na melhoria das condições de vida e de bem-estar da nossa terra, dos nossos vizinhos e, naturalmente de todos nós.
E aqui vos deixo 3 linhas de actuação em que apostamos
A primeira diz respeito à juventude
Um dos principais problemas é a sua educação, a formação cívica, a ocupação dos seus tempos livres.
Ao nivel da escola, é urgente extender até ao 12º ano a actual formação básica da EBI da Bobadela.
Nesta matéria, a instalação de uma escola de formação profissional, complementar da formação básica existente, consideramos que seria a aposta a fazer.
Ao nivel do desporto, onde é de salientar o excelente trabalho que está a ser desenvolvido pela ADB Associação Desportiva Bobadelense e pela Escola do Benfica há que promover a disponibilização de outros recintos com utilização mais acessível.
Nesta matéria é de louvar a iniciativa do executivo da Junta de freguesia na renovação do pavimento do Polidesportivo que recentemente levou a cabo, apenas com um senão que foi o aumento do preço de utilização de €6/h para €30/h situação que fortemente contestámos na última Assembleia de Freguesia.
É cada vez mais necessária a construção de uma piscina/tanque de aprendizagem, permitindo que as nossas centenas de jovens não tenham que se deslocar às freguesias vizinhas para praticar natação, matéria considerada curricular no ensino básico e tão salutar para o seu desenvolvimento.
Ao nivel da cultura consideramos que a reabilitação do Palácio dos Condes de Mendia, actualmente ao abandono e a fruição de parte dos espaços verdes do ITN Instituto de Tecnologia Nuclear, poderia vir a potenciar a instalação de uma biblioteca pública, com acesso a meios audiovisuais, local de formação e lazer, não só para os nossos jovens como para a população em geral.
Relativamente à ocupação dos tempos livres, há ainda que promover programas ocupacionais, designadamente para a faixa etária entre os 12 e os 16 anos, a qual não está actualmente coberta nas iniciativas da nossa Junta de Freguesia.
A Segunda ao nível da Solidariedade.
Entendemos que a junta de freguesia deveria constituir um elemento potenciador de entreajuda, deveria ser como que uma pequena loja do cidadão, onde os problemas do dia-a-dia, em particular os dos mais idosos, como sejam o mudar de uma lampada, reparar uma torneira ou o autoclismo, pudessem ser equacionados e solucionados ou, pelo menos, encaminhados para uma solução. Por vezes, para estes, uma pequena ajuda ou até uma palavra amiga é meio caminho andado.
Neste contexto, a ocupação da terceira idade parece-me fundamental e necessária. Muitos dos reformados podem, e devem, dar uma ajuda á comunidade.
Potenciar essa mão-de-obra tem de ser uma aposta para ajudar a ultrapassar a crise.
Complementar as baixas reformas com uma pequena ajuda financeiro ou simplesmente ter uma ocupação com a qual o aposentado, ou o desempregado, se possam considerar úteis, efectuando trabalho comunitário é meio caminho andado para o seu bem-estar.
Porém, não nos iludamos acreditando que os meios públicos tenham capacidade ou meios para chegar a todos e para por em prática estas ideias ou que a solidariedade pública estatal seja a resposta para todos os problemas.
Não nos esqueçamos das Instituições Particulares de Solidariedade Social as designadas IPSS.
Num contexto de proximidade é deixar ajudar, quem quer ajudar, a ajudar quem precisa de ser ajudado.
Estou crente que estas instituições conseguem fazer, com menos meios, mais e melhor do que o Estado com os impostos que nos cobra.
Nesta matéria gostaria de felicitar a Paróquia da Bobadela, pelo início das obras das novas instalações do Centro Social e louvar todo o seu trabalho e empenho em prol da nossa freguesia.
Por último ao nível das actividades económicas
O principal motor da vida e da vivência dos bairros e das vilas como a nossa é o comércio local.
O café, a papelaria, o restaurante, a mercearia, o talho ou a peixaria. O ir às compras e dar dois dedos de conversa, o pedir uma opinião ao vizinho, o saber o que se passa com fulano ou sicrano, é um tipo de vida que, contrariamente aos interesses económicos das grandes superfícies comerciais, traz grandes vantagens sociais, designadamente de segurança, conforto, solidariedade e, por vezes, até económicas.
Mas, para manter o comércio de proximidade temos de lá fazer as nossas compras. As lojas vazias não sobrevivem. E não são só as lojas de alimentação, são as de vestuário, as oficinas, as de móveis e todas as outras que podem contribuir para a riqueza da Vila e para o nosso bem-estar.
Neste contexto, não posso deixar de fazer uma referência, à forma como este ano estão a decorrer os festejos na nossa Vila, felicitando a iniciativa e o novo modelo encontrado, que tem permitido desde há uma semana disponibilizar a toda a população um local de convívio e de saudavel confraternização e ainda um polo de atracção para as populações das freguesias vizinhas.
Minhas senhoras e meus senhores.
Caros vizinhos
Para todos vós, aqui presentes, acabo estas simples palavras, com uma mensagem de entusiasmo e de esperança, convicto de que em conjunto conseguiremos dar a volta à actual crise económica e social que nos assola e que encontraremos um rumo que nos permita perspectivar um futuro mais risonho, com melhores condições de vida para, com gosto e alegria, vivermos nesta bonita Vila da Bobadela.
Viva a Vila da Bobadela
Viva o Município de Loures
Viva Portugal


